Serviço de controle de pragas ganha relevância em tempos de pandemia
21/10/2021
O cuidado com a higienização dos ambientes domésticos nunca foi tão grande como nos dias de hoje. Ambientes limpos e arejados, afinal, são espaços possivelmente seguros e livres do Sars-Covid-2, o novo coronavírus causador da pandemia de Covid-19. Sendo assim, serviços que já eram fundamentais para a manutenção de espaços salubres ganham ainda mais importância nestes tempos de crise sanitária.
De acordo com a Aprag (Associação dos Controladores de Vetores de Pragas Urbanas), a medida justificou-se, à época, pelo fato de que o fechamento temporário de estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes - além do aumento da quantidade de resíduos domésticos ocasionado pela maior presença das pessoas em casa - potencialmente gerar uma proliferação de pragas urbanas. E a consequência disso - a possibilidade de uma sobrecarga maior ao sistema de saúde - era o que mais preocupava.
À Agência Brasil, o vice-presidente da associação, Sérgio Bocalini, afirmou, em junho de 2020, ter sido possível verificar, durante o período em que houve um grande número de estabelecimentos fechados, um aumento populacional desses vetores. "Eles não estavam encontrando um ambiente favorável, com alimentação e abrigo em determinados locais que estavam fechados, e começaram a migrar para outros locais, aumentando assim sua população", disse.
Inovação de técnicas e produtos em tempos de pandemia
A maior presença da população dentro de suas residências, porém, se por um lado ocasionou o aumento do lixo doméstico - atrativo a pragas urbanas -, por outro, de certa forma, restringiu a atuação dos profissionais que atuam no controle pragas que, em alguns casos, precisam realizar a atividade em imóveis provisoriamente desocupados. Além disso, o temor do contágio de Covid-19 também foi um possível fator de diminuição na contratação destes profissionais por parte dos moradores.
Isto refletiu-se nos dados divulgados em junho de 2020, a partir de pesquisa feita pela Aprag (Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas) em parceria com o SindPrag (Sindicato das Empresas e Controles de Pragas), em que foi apontado que, durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19, cerca de 15% das empresas conseguiram ter um faturamento superior a 20%, ao passo que outras registraram queda de até 40% no rendimento.
Vinicius Finavaro, diretor de operações da Off Pragas Dedetizadora, destaca a necessidade da constante inovação por parte de empresas do setor, de modo que sejam sempre contempladas as necessidades que cada situação exige. No caso da atual pandemia, o empresário afirma que já existem técnicas que não demandam o esvaziamento do ambiente, possibilitando a manutenção do isolamento social por parte dos habitantes do imóvel.
"Atualmente, já existem técnicas de dedetização eficazes que são possíveis de serem realizadas sem que os moradores tenham que sair de casa", explica Finavaro. "Produtos sem cheiro têm sido muito utilizados neste contexto de pandemia em que as pessoas evitam sair de casa".
O profissional ressalta que as empresas prestadoras de serviço de controle de praga devem sempre utilizar produtos certificados pelo Ministério da Saúde "com dosagens corretas" e com o veneno específico para "cada praga e ambiente específico que será dedetizado". Entre os equipamentos normalmente utilizados nestas empreitadas, o profissional cita máquinas de vapor, aspiradores, extratoras, máquinas nebulizadoras, atomizadores, pulverizadores adaptados e pistolas elétricas.
Para Finavaro, cuidados específicos também devem ser tomados com aplicação de produtos de controle de pragas nos chamados "ambientes sensíveis", como, por exemplo, casas de idosos, casas de pessoas alérgicas, hospitais, escolas e creches.
Sobre a classificação da atividade como serviço essencial no contexto da pandemia de Covid-19, o diretor de operações da Off Pragas Dedetizadora lembra que empresas do setor têm grande responsabilidade na manutenção da salubridade de estabelecimentos comerciais como supermercados, bares e restaurantes, bem como hospitais e clínicas - a fiscalização da prestação do serviço junto a esses empreendimentos é realizada pelos órgãos de vigilância sanitária locais.
Fonte: TERRA