Bem Vindo a INSECT - Controle de Pragas Urbanas!
Pesquisa da
Universidade de Reading mostrou que microplástico é ingerido por larvas de
mosquitos e transferido para outros ecossistemas
Uma pesquisa da Universidade de Reading, no Reino Unido,
revelou que os microplásticos - partículas com menos de 5 milímetros - podem
ser carregados das águas poluídas dos rios e lagos por mosquitos, afetando novos
ecossistemas e ameaçando aves e outros animais que se alimentam de insetos.
Os cientistas observaram a evolução de larvas de mosquito
que ingeriram microplástico e perceberam que os resíduos permanecem no corpo
até a idade adulta. Ao voar, o inseto transfere o microplástico para diferentes
ambientes e pode acabar contaminando outros animais.
"Os mosquitos adultos representam uma via de
contaminação potencial a outros ecossistemas", concluíram os pesquisadores
Amanda Callaghan, Rana Al-Jaibachi e Ross N. Cuthbert.
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ameaçados pelo aumento da poluição por plástico
Os resultados da observação foram publicados na revista
científica Biology Letters. Outras pesquisas haviam demonstrado a transferência
de microplástico entre animais terrestres e aquáticos - como baleias, peixes e
tartarugas que ingerem resíduos jogados ao mar.
Mas, segundo os cientistas, essa é a primeira pesquisa que
comprova a transferência de microplástico da água para o ar, por meio de um
inseto que divide os estágios de vida entre habitat aquático e terrestre.
"Esse estudo demonstra a existência de um novo caminho
de transferência do microplástico da água para o ar e o solo. Os mosquitos são
vetores desses resíduos e isso afeta a cadeia alimentar", disse à BBC News
Brasil a pesquisadora Rana Al-Jaibachi, uma das autoras da pesquisa.
O estudo também indica que outros insetos voadores, além dos
mosquitos, são capazes de ingerir e espalhar microplástico de rios e mares para
terra e ar.
Resíduos grandes de plástico podem intoxicar e obstruir as
vias aéreas dos animais. Mas os microplásticos, com menos de 5 milímetros,
também podem causar danos
"A pesquisa aponta que qualquer organismo que passa
parte da vida na água pode transferir poluição por plástico para o ar e
contaminar outros organismos com os quais interajam", disse Al-Jaibachi.
"Esses insetos incluem libélulas e mosquitos. E a
maioria deles integra a cadeia alimentar de animais terrestres
vertebrados."
Entre os bichos que comem insetos estão pássaros, morcegos e
aranhas. "Esse estudo é um alerta sério sobre a ameaça a organismos que
vivem em diferentes ecossistemas", afirma a pesquisadora.
Riscos de
contaminação com microplásticos
Os cientistas destacam que é preciso mais estudos para
identificar a exata extensão das consequências da ingestão de microplástico por
animais e seres humanos, mas sabe-se que algumas dessas partículas podem ser
tóxicas.
"Os microplásticos podem ter sido contaminados por
outros produtos químicos ou substâncias tóxicas, o que pode prejudicar a saúde
dos seres humanos direta ou indiretamente", afirmou Al-Jaibachi à BBC News
Brasil.
Pesquisa da Universidade de Reading mostrou que o
microplástico ingerido por larvas permanecem no animal durante a pós a
transformação em mosquito
Outros estudos apontam para o risco de que a ingestão de
microplástico reduza a absorção de nutrientes e cause danos ao sistema
digestivo, especialmente em espécies animais de menor porte.
E já há evidências de que os seres humanos ingerem
microplásticos ao comer animais, frutos do mar e até ao beber água.
Microplástico até na
água mineral
Um teste feito com 250 garrafas de água de 11 marcas líderes
do mercado, incluindo a brasileira Minalba, revelou que há micropartículas de
plástico em 93% delas.
A pesquisa, realizada pela Universidade Estadual de Nova
York e liderada pela Orb Media, organização jornalística sem fins lucrativos,
examinou garrafas compradas em nove países diferentes, de cinco continentes, e
descobriu uma média de dez partículas de plástico por litro.
As empresas avaliadas afirmam que seus produtos atendem aos
mais altos padrões de segurança e de qualidade. E dizem que falta
regulamentação sobre microplásticos e que não há métodos padronizados para
testes.
Por isso, a Organização Mundial da Saúde anunciou, em março,
que fará uma pesquisa para identificar os efeitos de médio e longo prazo do
microplástico na saúde. Ainda não há prazo para a divulgação dos resultados. Enquanto
isso, os pesquisadores da Universidade de Reading pretendem ampliar os estudos
sobre o efeito direto, nos seres humanos, da ingestão de microplástico por
mosquitos.
"O impacto nos humanos precisa de mais investigação.
Mas sabemos que os humanos têm mais contato com mosquitos do que com outros
insetos, especialmente com àquelas espécies que podem viver em ambientes
domésticos", disse Rana Al-Jaibachi.
Fonte: Nathalia
Passarinho. Da BBC News Brasil em Londres
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